quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Marolas de um gabarola

Quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Marolas de um gabarola

É difícil não voltar à carga. O homem anda demais. Não tenho como negar que nosso solerte presidente, o Lula, é um gênio da comunicação. Porém pressinto que a calmaria dos dias ensolarados que festejava como seus, e, que seriam pouco afetados pelas marolinhas previstas por sua tábua das marés, está ameaçada. O tempo fechou e as ondas vêm se avolumando. Mas, ele ainda continua um gabarola bem-humorado. Trilha em cantoria seu caminho de glória junto ao povo que o reelegeu, ungido nos “versos caetanos” do frevo carnavalesco “Chuva, Suor e Cerveja”, que tanto lhe apetece: “não se perca de mim, não se esqueça de mim, não desapareça...”. Apesar de ninguém que conheça ter participado, na mais recente pesquisa divulgada pelo Ibope, em dezembro a avaliação positiva do governo atingiu 73% e seu desempenho pessoal chegou a impressionantes 84%.A revista norte-americana “Newsweek” divulgou ranking das 50 pessoas mais influentes do mundo e o Lula lá está, em 18º. Tá certo que perde do Obama, o primeirão, mas ganha do Osama (o Bin Laden), em 42º. Ganha fácil até do papa Bento 16, num distante 37ª. É mole?Lula fala tão direto ao coração do povo que é capaz de resumir qualquer problema, da física quântica à crise do subprime imobiliário, a um papo de botequim sobre o último jogo do Corinthians. Vez por outra, ele se supera. Já se definiu como “o garanhão de Garanhuns”, disse que era filho de uma mãe que “nasceu analfabeta” e ainda previu que ele e o Bush encontrariam o "ponto G" para fechar um acordo comercial. Em dezembro último chegou perto da perfeição na arte da retórica popular. O famoso “eu sô eu; o resto é... palpiteiro!”. Disse que um presidente, quando se depara com uma crise de grandes proporções, tem que se comportar como um médico diante de um doente terminal. O papel dele é vender esperança. Sua voz rouca ainda zumbe em meus ouvidos: “Ou você diria ao paciente: ô, meu, você sifu!” Para nós médicos, um coice.Mas, recentemente, atingiu os píncaros do “non sense”. Protegido em sua redoma intransponível, mandou as três últimas jóias da coroa, sem dó, uma atrás da outra:1ª) Mais uma vez declarou ter aversão a leitura. Esta vez foi em 8 de janeiro, durante a sanção da lei que instituiu 12 de outubro como.... o Dia Nacional da Leitura?! Em entrevista à revista “Piauí”, no ano passado, justificou sua ojeriza por jornais e afins declarando que tinha problema de azia. Mas, mesmo assim, dizia se considerar bem informado. “Um homem que conversa com o tanto de pessoas que eu deve ter uns 30 jornais na cabeça todo santo dia.” Ok, presidente! Mas vai um livrinho aí de vez em quando?2ª) Continua brincando de gato e rato com a re-reeleição. Diz que não quer, mas lá fora muda de idéia. Na Venezuela, fez campanha aberta a favor dos múltiplos mandatos para Chávez. Alegou que é a favor da reeleição infinita do amigo, mas não da sua, devido a idade. Alardeou: “O Chávez [54 anos] é novo e agüenta um novo mandato. Eu, já tô velho, vou me retirar.” Como comparação: ele tem 62 anos, Dilma, 61, e Serra, 66. Quem é “velho” para mais um mandato? E é assim que Lula vai brincando e sentindo a reação. Sou trouxa eu?3ª) Por último, o caso do terrorista Casare Battisti. Como escreveu meu ídolo Nelson Motta, o governo italiano, seu Judiciário, a imprensa, a família das vítimas, os italianos de todos os times e partidos políticos estão se sentindo comparados a uma ditadura sul-americana. Perderam o humor e estão justamente insultados porque Lula e seu ministro, o Genro, estão achando que “a Itália é nóis!” Ledo engano! Lá eles respeitam as leis. Têm tradição democrática e judiciária muito mais sólida que a nossa e por isso não estão engolindo esta de “soberania nacional” na defesa de um “terroristazinho” injustiçado, como o governo Lula quer encarar. Essa extradição é muito importante para eles. e temos que respeitar. Em tempo: por que Lula e Genro deportaram os atletas cubanos que pediram exílio durante o Pan? Eles só queriam uma vida livre, longe do amigo charuteiro, o venerado Fidel. É óbvio: esse, eles não podiam desapontar.Lula, nascido e criado no berço do “dolce fa niente” da vida sindical, e, Tarso Genro, um anti-Garibaldi sem Anita em cavalgada desabrida pelos pampas da história, devem estar pensando que na Itália tudo acaba em pizza.Não, não! Esse privilégio ninguém tasca! É soberania nacional!

//Wagner Ligabó
Médico jundiaiense, escreve às quartas-feiras e reflete sobre assuntos da cidade
(http://www.redebomdia.com.br/)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Cicatrizes

CICATRIZES
Fátima Venutti
Quando toco tua cicatriz,
Somatizo e sinto
Todas as raízes
De tuas outras cicatrizes.
Quando posto minhas mãos
Sobre tua cicatriz, adentro,
Profundo em teu caminho, me calo,
Na corredeira de tua perpétua dor.
É neste toque que te acolho.
É neste toque que tua dor afago.
É neste toque que respiro o teu passado.
Mas é nessas palmas que teu espírito embalo.
Quando toco tua cicatriz,
Recolho e incinero o teu passado
E regozijo infinitamente a tua alma.



Oiee. Alo.. Alow
Tem alguém aí?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ousadia

Ainda não tive a manha de escrever sobre confiança. It takes time and...self-confidence. hehehe
Mas escreverei.Só tô meditando sobre o tema ainda.

Engraçado é que só porque eu já tinha um tema, fiquei tendo várias idéias o dia todo.

Ando super menininha ultimamente. Assim, ultimamente nos últimos dois anos.
Choro daqui, choro de lá. A flor da pele. (Me tornei uma mulher?)
Eu gosto. Me sinto corajosa toda vez que deixo escapar uma lágrima e me exponho sem medo.
(O que nos remete à 'confiança', claro).

Hoje cedo as lágrimas foram arrancadas não pela histórica posse do Obama, nem pelos conflitos no Oriente Médio, nem pelos números da crise econômica que está nos arrasando. Surpreendam-se : a notícia do SPFW é que me fez chorar.

Nã..nã..não!
Mais calma no julgamento. hehehe

Ronaldo Fraga audaciosamente elencou modelos,no mínimo, inusitados para o seu desfile: crianças e idosos. A proposta, de acordo com o fashionista, era enfatizar "o início e o fim", com os babies correndo na passarela, e os 'de idade' andando em seu próprio ritmo.

Palmas pela ousadia! (André, pra vc que pediu ousadia...rs)
Destaque para a efemeridade da vida e para a valorização da beleza que há em toda a Criação.

Óbvio que o assunto muito me interessa (e incomoda).
Há 15 dias escapei pela janela do meu carro capotado na estrada de terra, com muita vida (graças a Deus) e uma cicatriz de boas proporções.Parece feita na medida certa para que eu me lembre o tempo todo de quem é que deve ser o Centro de tudo, e quem é que me dá a vida , e a mantém toda vez que ela é ameaçada.

Não é o mais moderno que me emociona, sabe? É o que é, sempre foi, e sempre será o que é.

;)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

The Shack


Liberdade

Esperei para me sentir à vontade e voltar a escrever.
Esperei para entender o que eu sinto e quem estou me tornando, a fim de que em tudo que eu escreva fique um pouco de mim e não de quem eu gostaria de ser.


(Além disso, o fotolog não está funcionando direito, assim, me sinto compelida a buscar outro meio de expressão...rs)


Bueno, ando lendo. Como sempre.

Algumas pessoas recomendaram essa leitura da qual pretendo falar vez ou outra, mas resisti à compra por um bom tempo. Sabe quando você deixa de comprar algo justamente por se tratar de um best-seller?O prazer de ser "do contra" né?

Ademais - pensei - a verdade é que eu tenho um moooonte de livros para ler.


Bobagem! Acabei postergando o enorme prazer de ler algo que está me fazendo muito bem. Maaas, dei de cara com este livro por uma bagatela, logo depois de me recomendarem a leitura pela enésima vez. Comprei.

Senti o impulso de passar esse livro na frente de todos os outros e assim o fiz. Acho que eu tinha que ler, mesmo.


Nesse meu primeiro post, cito um trecho de um livro que tem me tocado muito.A citação é sobre aquele assunto. Aquele, sabe? Que me atormenta:


"Há doenças da alma que o inibem e amarram, há as influências sociais externas,há os hábitos que criaram elos e caminhos sinápticos no seu cérebro. E há os anúncios, as propagandas e os paradigmas. Diante dessa confluência de inibidores multifacetados o que é de fato a liberdade?"



(A Cabana, de William P. Young)


Próximo tópico, se eu for capaz : aprender a confiar.